quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A milésima mensagem de Natal

Imagino que a esta altura vocês já receberam, no mínimo, 457 mensagens de Natal na sua caixa de email e centenas daqueles scraps reluzentes no Orkut. E isso ano após ano. Duvido que eu consiga dizer alguma novidade. Esta mensagem é só a tentativa de expressar meus sentimentos às pessoas a quem quero bem.

Quando eu era pequeno, o Natal demorava mais pra chegar e parecia menos banal. Eu não recebia emails, sms, nem scraps (nem precisa dizer que nada disso existia na minha infância – provavelmente, nem na sua). Era uma celebração restrita à família, vizinhos e à Turma da Mônica que era exibida na TV. Naquela época eu achava que Papai Noel e Papai do Céu eram a mesma pessoa, ou seja, pai de Jesus Cristo, o aniversariante.

O real sentido do Natal comecei a entender depois de grande e ainda não terminei. Hoje, a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso em Natal é “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito...”. Esse lembrete cíclico do amor de Deus me leva a crer que tenho sido chamado a ajudar o maior número de pessoas no mundo a entender o real sentido do Natal. É um privilégio ser parte disso!

Feliz Natal!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu só penso em comida quando estou com fome

Quando era criança, era só sentir fome e comida aparecia. Acordava faminto, escovava os dentes rapidinho e corria pra cozinha. Lá estava a mesa posta: o pão quentinho com manteiga e o café com leite. Minha mãe dizia que um homem nem dormira à noite pra fazer aquele pão. E que ela levantava cedinho e ia à padaria, depois passava o café e fervia o leite.

Depois de tomar café, eu ia pra escola, ou ia brincar ou ver tv, se fosse sábado ou domingo. Algumas horas depois a fome ressurgia. Eu corria pra cozinha e lá estava a mesa posta: o feijão cheiroso, o arroz quentinho, as batatas fritas e a carne assada. Como num passe de mágica... eu pensava e comida aparecia.

Mas minha mãe dizia que na noite anterior, depois que a gente dormia, ela escolhia o feijão e deixava de molho. De manhã cedo, enquanto preparava o café, ela tirava a carne do congelador e colocava o feijão pra cozinhar. Depois de tirar a mesa do café e lavar a louça, ela descascava as batatas enquanto via tv. E entre uma limpeza e outra, preparava a carne, verificava a panela de pressão. Entre um telefonema e outro, verificava o arroz e a carne no forno. E, quase na hora, parava tudo e fritava as batatas. Então, arrumava a mesa e gritava: "Crianças, vêm comer!"

Minha mãe achava que eu não entendia e tentava explicar como a mágica acontecia. Mas eu dizia: "Mãe, não precisa inventar coisas. Eu sei como acontece. Eu penso e aparece." E a mágica se repetia dia após dia, ano após ano. Tinha fome, pensava na comida e ela aparecia. E, assim, saciado crescia.

Um dia, já homem crescido, saí de casa. Fui cuidar da minha vida. Acordava sempre em cima da hora e, enquanto tomava banho, o pão ainda estava na padaria, o leite na geladeira e o café ainda era pó. E se eu não fizesse nada, lá eles ficariam. Então, depois de tomar café, seguia.

Algumas horas se passavam e a fome voltava, me lembrando de que comer era preciso. Mas a carne estava no freezer, o feijão no armário e as batatas não havia. Faria um miojo, mas o gás depois de seis meses acabava de repente. Só me restava achar um McDonald's.

Minha mãe tinha razão. A vida é um processo. E isso é incrivelmente mágico!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Carta aberta ao Pastor Silas Malafaia

Meus amigos, eu prometi que este seria um lugar tranqüilo e não de debates calorosos ou longas apologias. É o que de fato quero que seja. Porém, meu coração está ardendo de indignação e preciso expressá-lo.

Por isso, resolvo publicar aqui uma carta aberta ao Pastor Silas Malafaia me esforçando para ser o mais respeitoso possível, embora minha indignação exigisse um pouco mais de ferocidade. Mas me contive.

Não tenho a intenção de ofender a ninguém. Tenho muitos amigos que são grandes admiradores do Pastor Silas. Mas já faz tempo que acredito que suas palavras e práticas têm se distanciado do evangelho de Jesus Cristo.

Tampouco estou fazendo campanha eleitoral para quem quer que seja. Tenho minhas opiniões sobre alguns dos candidatos e isso fica claro em meu texto, mas ainda não tenho voto definido.

Com muito amor e temor,

Gil

CARTA ABERTA AO PASTOR SILAS MALAFAIA

Pastor Silas Malafaia,


Como o senhor mesmo disse em cartas e dvds enviados para milhares de fiéis ao redor do Brasil pedindo voto para os seus candidatos, “cada um vota em quem quiser”. Portanto, não me diz respeito se o senhor declara seu voto a quem quer que seja. É seu direito. No entanto, sendo o senhor quem é, sua opinião não necessariamente conscientiza, mas certamente influencia milhares de pessoas que acreditam que o senhor é porta-voz de Deus. E claro que estas pessoas não pensam assim à toa. O senhor constantemente reivindica tal autoridade, se afirmando como uma voz profética que Deus levantou nesta nação.

Como profeta de Deus, o senhor declarou abertamente seu voto à Marina Silva: “Amigos, vcs já sabem em quem votar? Eu votarei em Marina, para presidente. Ela é uma mulher de Deus e merece nosso voto”. Recentemente, porém, declarou mudança de voto, assumindo apoio ao candidato José Serra. Não estou surpreso com a mudança de opinião do senhor, Pastor Silas, afinal, vi o senhor mudar de opinião muitas vezes ao longo desses anos. Em seus programas, vi o senhor criticar ferozmente pessoas e idéias, a quem mais tarde o senhor se aliou.

Estou surpreso, porém, com as justificativas para tal mudança. Desde o começo de sua campanha, a candidata Marina Silva vem expressando sua opinião a respeito da descriminalização do aborto e da maconha, bem como a respeito da união civil entre homossexuais. Exatamente por sua fé evangélica, os entrevistadores nunca perdem a oportunidade de questioná-la com respeito a estes assuntos. Então, a defesa de um plebiscito sobre aborto e maconha tem sido anunciada faz tempo pela candidata Marina Silva, no curso de uma campanha ética e respeitosa, sem negar suas raízes petistas e tampouco suas convicções pessoais.

É muito estranho que só agora, há menos de uma semana das eleições, o senhor, um homem tão antenado, tenha tomado conhecimento disso. No dia 20 de setembro via Twitter o senhor diz que Marina é uma “mulher de Deus”. No dia 28, o senhor a chama de “cristã dissimulada”. Que fato novo surgiu em uma semana para que sua opinião mudasse radicalmente?

Em carta recente enviada a integrantes do PT, o senhor afirma: “eu só não entrei de cabeça na campanha do Serra, porque também não vi nele garantias de respeito a esses princípios”. Essas garantias existem agora? O senhor realmente conhece as opiniões dele a respeito desses assuntos? É do conhecimento do senhor que quando José Serra era ministro da saúde seu ministério foi pioneiro nas campanhas “contra a homofobia”? Basta acessar o link no Youtube e conferir: http://www.youtube.com/watch?v=nFilGre8XQo.

Pastor Malafaia, o senhor tem emprestado seu apoio a gente que levanta a voz contra o aborto e o casamento gay (essas coisas se tornaram sua bandeira), mas que está extremamente comprometida com o atual governo do PT ou tem em seu currículo processos por desvios de dinheiro, mau uso da coisa pública, entre tantos outros crimes. O senhor se aliou a pessoas como Anthony Garotinho e a gente que não tem compromisso com a justiça social. Com que autoridade o senhor se refere à Marina Silva como “crente dissimulada”?

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Na comunhão,

Gilberlei Oliveira

sábado, 24 de julho de 2010

Único Caminho

Fui chamado a caminhar,
a caminhar com Deus.
O caminho é a caminhada,
e apenas começamos.
A estrada é a conversa,
o descanso é o silêncio.
Não é sobre caminhar,
é sobre caminhar com Ele.
Não é como fazer esteira,
é como andar na rua.
Não é como viver no tempo,
é como viver na vida.
E tudo que preciso
é continuar caminhando.
Caminhando com Deus...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Espessa Eternidade

Estou vagando entre mundos diferentes.
Cedo a mim tanto quanto resisto.
À procura de mundos dentro de mim,
Em busca de mundos fora de mim.
Resisto aos outros tanto quanto cedo.
Insatisfeito com o que encontro em mim,
Infeliz com o que encontro em outros.
Estou vagando entre mundos parecidos.
Ignorante do que procuro,
Desinteressado pelo que encontro.
Mas sigo vagando, buscando...
Vezes esperançoso, vezes desesperado.
Se as pernas duvidam, hesitam
O coração insiste, resiste.
Se as pernas não sabem aonde vão
O coração sabe de onde vem.
E seguem vagando, buscando...
Em frente, em círculos, pra trás,
Pela espessa eternidade.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

coração sitiado

há um velho conhecido meu tentando dar um golpe dentro de mim. ele está aqui, mora aqui há tanto tempo quanto eu. ele se parece muito comigo, tanto que às vezes me confundo com ele. reinou por muito tempo, há alguns anos, porém, foi destituído. não se conformou. não é mais um governante legítimo (nunca o fora, mas não existem testemunhas do tempo em que ele não governava), mas ainda tem muito poder e influência, além de ser profundo conhecedor dos dois regimes. ele é tirano e não aceita oposição. sua ordem é destruir e estabelecer seu governo em cada esquina da minha alma. é rebelde por natureza e essência; ele cresce e domina quando não ofereço resistência; é uma espécie de parasita que se alimenta da minha ignorância e preguiça. mas outro reino foi estabelecido. há outro governo aqui... e legítimo. a guerra está então declarada. é contra ele, não contra mim. o impostor está com os dias contatos.