quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Espessa Eternidade

Estou vagando entre mundos diferentes.
Cedo a mim tanto quanto resisto.
À procura de mundos dentro de mim,
Em busca de mundos fora de mim.
Resisto aos outros tanto quanto cedo.
Insatisfeito com o que encontro em mim,
Infeliz com o que encontro em outros.
Estou vagando entre mundos parecidos.
Ignorante do que procuro,
Desinteressado pelo que encontro.
Mas sigo vagando, buscando...
Vezes esperançoso, vezes desesperado.
Se as pernas duvidam, hesitam
O coração insiste, resiste.
Se as pernas não sabem aonde vão
O coração sabe de onde vem.
E seguem vagando, buscando...
Em frente, em círculos, pra trás,
Pela espessa eternidade.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

coração sitiado

há um velho conhecido meu tentando dar um golpe dentro de mim. ele está aqui, mora aqui há tanto tempo quanto eu. ele se parece muito comigo, tanto que às vezes me confundo com ele. reinou por muito tempo, há alguns anos, porém, foi destituído. não se conformou. não é mais um governante legítimo (nunca o fora, mas não existem testemunhas do tempo em que ele não governava), mas ainda tem muito poder e influência, além de ser profundo conhecedor dos dois regimes. ele é tirano e não aceita oposição. sua ordem é destruir e estabelecer seu governo em cada esquina da minha alma. é rebelde por natureza e essência; ele cresce e domina quando não ofereço resistência; é uma espécie de parasita que se alimenta da minha ignorância e preguiça. mas outro reino foi estabelecido. há outro governo aqui... e legítimo. a guerra está então declarada. é contra ele, não contra mim. o impostor está com os dias contatos.