quinta-feira, 8 de março de 2007

Vera, Mulher Verdadeira

Hoje é Dia Internacional da Mulher. Penso que um poema cairia melhor neste espaço e neste tempo. Falaria não só de rosas e esperanças, mas também de veras, elisângelas, gilvânias, fernandas, anas, paulas, marias, lucélias, katias, carlas, áureas, adrianas, angélicas, roses, priscilas, reginas, ábias, caróis, lieges, joanas, kristinas, savanas, éricas, cíntias, alessandras, cris, sorayas, andréas, aïdas, iedas, madas, dulces, milenes, milenas e melissas. Difícil seria não achar uma rima. Mas não sei ser poético em poemas. Acho que nem em prosa...

Há uma mulher de quem me origino. Ela é forte e frágil, pai e mãe. Sua mãe saiu de casa quando ainda nem falava. Seu pai saiu da vida antes de levá-la ao altar e seu marido a deixou muito, muito antes que seus filhos crescessem. Mulher valente. Começou a trabalhar aos 13 anos, e trabalha até agora. Criou seus filhos com muito sacrifício e, apesar da ajuda de outros, nunca abriu mão de ser a mãe deles. Viveu pra eles sua vida... e a vive ainda hoje.

Não me lembro de um único dia em minha vida que não tenha me sentido amado por ela. Do seu jeito, com seus recursos, ela amou... e ama. E mesmo tendo recebido tão pouco, nos deu tanto. Mesmo lhe faltando referenciais, tornou-se tão poderosa. Mesmo sofrendo abandono, soube multiplicar sua presença.

Seu nome é Vera Lúcia, verdadeira e brilhante. Quero aproveitar esse dia para homenagear a mulher que tanto amo. E se fui e sou capaz de amar alguma outra, é que por seu exemplo, posso acreditar nas mulheres. Ela é uma mulher - mãe, tia, irmã, avó, sogra - imperfeita e cheia de limitações, como toda mulher. Mas é a prova viva de que a vida não faz reféns. Ela transformou o pouco que tinha em Gilvânia, Elisângela, Gilberlei e Ana Paula.

Sou imensamente grato a Deus que, apesar de não ter me permitido um pai, deu-me essa mãe. Que todas as mulheres desse Brasil se orgulhem de haver mulher assim. E elas existem em cada canto desse país, singulares e essenciais.